Poucas coisas mexem tanto com o bolso e o humor de quem mora de aluguel quanto a notificação de reajuste. Sei bem disso. Já vivi o frio na barriga ao receber aviso do aumento, e também já sentei com proprietário, calculadora na mão, pronto para buscar um meio-termo justo. Em 2026, com as projeções de inflação, índices e tudo o que envolve o bolso do brasileiro, entender como calcular e negociar esse reajuste faz toda diferença para evitar surpresas e manter seu planejamento financeiro saudável. Aqui, vou te explicar, sem jargão, mas com método e um toque de história real, o que considerar e como agir nesse ajuste anual. Vamos juntos?
Por que o aluguel costuma subir mais que a inflação?
Em 2024, segundo dados do Índice FipeZAP, o aluguel residencial subiu 13,5% em média, quase três vezes o IPCA (4,83%). Não é à toa que o reajuste vira assunto quente nos grupos de mensagens e nas rodinhas de conversa.
Aluguel que sobe bem acima do aumento de salário vira drama no orçamento.
Na prática, os índices usados nos reajustes nem sempre refletem só a inflação. Eles captam oferta e demanda, tendências de mercado e até o apetite por lucro do proprietário. Por isso, entender o índice contratado na sua locação é o primeiro passo para não ser pego desprevenido.
Quais índices são usados para reajuste de aluguel?
Historicamente, o IGP-M era o principal índice para aluguel. Mas, nos últimos anos, a variação assustadora levou muitos contratos novos a adotarem o IPCA ou mesmo o próprio FipeZAP, que reflete os preços praticados nas capitais. Em maio de 2025, o FipeZAP registrou alta de 1,70% na locação residencial, superior ao IPCA de 0,47% do mesmo mês.
Costumo ver os seguintes índices nos contratos:
- IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado): Tradicional, mas pode flutuar demais de um ano para outro.
- IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): O oficial da inflação. Normalmente, sobe menos que o IGP-M.
- FipeZAP ou IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais): Apontam o preço real do aluguel praticado nas grandes cidades.
Saber qual índice está no contrato é tarefa obrigatória antes de calcular qualquer reajuste.
Passo a passo para calcular o reajuste em 2026
Não precisa de fórmulas secretas. É assim que eu faço, e qualquer pessoa pode aplicar:
- Confira seu contrato: ache a cláusula que define o índice (IGP-M, IPCA, ou outro).
- Veja qual foi a variação acumulada do índice nos últimos 12 meses antes da data de reajuste.
- Multiplique o valor do aluguel atual pelo percentual acumulado do índice e some ao valor antigo.
Por exemplo, digamos que seu aluguel está em R$ 2.000 por mês e o índice escolhido foi o IPCA. Se nos 12 meses acumulados até a data do reajuste, o IPCA foi de 5%, basta aplicar:
R$ 2.000 x 1,05 = R$ 2.100
O novo valor seria R$ 2.100. Simples, direto ao ponto e sem mistério.

O que considerar antes de aceitar o reajuste?
Nem todo reajuste anunciado é inegociável. O proprietário pode propor um valor maior que o índice, mas também pode abrir espaço para conversa, ainda mais se o imóvel ficou tempo vazio ou você é um bom pagador. Vejo três pontos que devem ser sempre ponderados:
- Comparação com outros imóveis similares: Veja quanto se cobra por imóveis parecidos na sua região.
- Seu histórico de pagamento: Inquilino que paga sempre em dia tem argumento forte.
- Situação do mercado: Em momentos de vacância alta, a negociação tende a ser mais flexível.
Eu mesmo já consegui negociar para manter o índice abaixo do máximo quando mostrei que o aumento proposto era maior do que outros aluguéis próximos.
Como negociar o reajuste de aluguel?
Negociar não é confronto. É busca por equilíbrio. Em 2026, com os reajustes ainda chamando atenção e o bolso apertado, vale abordar com respeito e argumentos sólidos.
- Apresente uma proposta: Se o índice apontar para uma alta que dificulta sua permanência, proponha um valor intermediário.
- Leve argumentos: Traga exemplos de outros imóveis, dados do índice usado e mostre seu histórico.
- Mostre interesse em continuar: Deixe claro que deseja seguir no imóvel e preza pela boa relação.
- Negocie prazos: Em vez de aplicar o reajuste integral, sugira dividir em duas etapas.
Negociação amigável é sempre mais efetiva. Já perdi a conta de quantas vezes vi acordos fechados na base da conversa, sem precisar ir para a formalidade jurídica.
Dicas práticas para não ser surpreendido em 2026
- Coloque um lembrete anual para revisar o reajuste e seu índice no contrato.
- Mantenha anotações dos valores de mercado do seu bairro.
- Se sentir que o reajuste é abusivo, converse antes de tomar qualquer medida extrema.
No Seu Mestre Financeiro, já mostrei que um bom controle financeiro antecipa dores de cabeça. Inclua o reajuste na sua planilha de orçamento e prepare-se com antecedência, trabalhando também sua reserva de emergência.

Conclusão: clareza, conversa e planejamento são os melhores aliados
Quando chega o aviso de reajuste do aluguel, o primeiro impulso pode ser medo ou frustração. Entendo, já vivi isso, e vejo muitos leitores do Seu Mestre Financeiro lidando com o mesmo sentimento. Mas, como mostrei ao longo deste artigo, informação e preparação são suas melhores armas. Saber calcular, analisar o índice e negociar são atitudes que, além de proteger o seu orçamento, ajudam a construir equilíbrio e consciência financeira.
Se você achou útil, siga acompanhando o Seu Mestre Financeiro. Cada artigo é feito para iluminar escolhas e fortalecer sua autonomia com o dinheiro. Aproveite para conhecer mais nossos conteúdos e dar um novo passo no controle das suas finanças pessoais!
Perguntas frequentes sobre reajuste de aluguel
Como calcular o reajuste do aluguel?
Para calcular o reajuste, multiplique o valor atual do aluguel pelo acumulado do índice estipulado no contrato (IGP-M, IPCA, etc.) no período de 12 meses. Por exemplo: aluguel de R$ 1.800 e índice acumulado de 6% resulta em R$ 1.800 x 1,06 = R$ 1.908.
Qual índice é usado no reajuste do aluguel?
Os índices mais comuns são o IGP-M, o IPCA e, cada vez mais, o FipeZAP ou IVAR, dependendo da negociação local. Mas o índice válido é sempre o que está assinado no seu contrato.
Como negociar o valor do reajuste?
Apresente proposta fundamentada, traga referências de preços da vizinhança e destaque seu bom histórico de pagador. Sempre aborde com respeito e buscando consenso. Dividir o reajuste em etapas pode ser um caminho mais suave.
Posso recusar o reajuste proposto?
Você pode recusar reajustes acima do índice previsto em contrato ou negociar diretamente com o proprietário. Se não houver acordo, pode-se buscar mediação ou, nos casos mais extremos, até a rescisão do contrato.
Quando é permitido reajustar o aluguel?
No Brasil, o reajuste só pode ser feito uma vez a cada 12 meses, conforme definido em contrato. Mudanças dentro desse prazo não são permitidas, salvo acordo específico entre locador e locatário.
