Mesa com planejador financeiro, caderno aberto mostrando anotações de orçamento, calculadora, passaporte, cartões de crédito e um mapa na lateral

Na hora de sonhar com viagens, meu cérebro sempre entra naquele estado de euforia: já me vejo pousando em algum canto do mundo, comendo uma comida diferente, e claro, sem nenhuma preocupação. Mas, se tem uma coisa que aprendi nessa caminhada do controle financeiro, e escrevo sobre isso lá no Seu Mestre Financeiro, é que não existe viagem tranquila sem um bom planejamento financeiro.

Por onde começo o planejamento da viagem?

Eu costumo começar respondendo a três perguntas simples: Para onde quero ir? Quando? E quanto posso gastar? Parece óbvio, mas já tentei inverter essa lógica e terminei frustrado, com um cartão estourado e lembranças de improviso.

  • Destino: Escolher um destino realista faz toda a diferença. Sabe aqueles planos mirabolantes para lugares caríssimos que você só vai conseguir pagar daqui 20 anos? Eu já embarquei nessa furada.
  • Data: Não menospreze. Definir quando viajar te ajuda a calcular quanto tempo terá para guardar dinheiro e, também, a aproveitar promoções.
  • Orçamento disponível: Se o bolso está apertado, nada impede de adaptar o roteiro. Foi assim que troquei aquela viagem internacional caríssima por uma visita incrível ao sul do Brasil (e honestamente? Me surpreendi muito mais do que imaginei).

Quanto realmente custa uma viagem?

Viajar é o tipo de coisa que pode custar muito, pouco ou quase nada. Mas, posso garantir: errar o cálculo do valor total é a receita perfeita para o perrengue. Muita gente foca só em passagem e hospedagem, mas se esquece dos detalhes miúdos que (quase) ninguém lembra de anotar:

  • Passagem (aérea, ônibus, trem…)
  • Hospedagem
  • Alimentação
  • Transporte local (Uber, metrô, táxi, aluguel de carro, etc.)
  • Ingressos, passeios, restaurantes, atrações
  • Documentação, visto, vacinas
  • Seguro viagem (não ignore!)
  • Reserva para imprevistos (este é o salva-vidas de quem viaja com orçamento contado)
  • Souvenirs e presentes (sim, porque você vai querer trazer uma lembrancinha)

Eu gosto de listar todos esses itens em uma planilha. Já vivi a experiência de esqueçer o orçamento do transporte local e acabar gastando mais que o previsto só em deslocamento. Detalhes fazem toda diferença.

Planilha de planejamento financeiro com itens de viagem

Como estimar gastos? Não viva de chute!

Pode ser prático adotar uma regra: sempre pesquise valores REAIS. E quando eu falo reais, me refiro aos preços atuais, considerando a época da viagem. Uma das maiores armadilhas do planejamento é confiar no ‘achismo’. Já perdi bons reais assim.

  • Simule compra de passagens nos sites das companhias e tente diferentes datas.
  • Consulte sites de reservas para ver médias de preço de hospedagem.
  • Busque cardápios online para saber quanto custa comer por lá.
  • Confira tarifas de transporte público ou aplicativos locais.

Um detalhe engraçado: na última viagem, achei que o transporte local era barato, mas deixei passar uma taxa do aeroporto para o centro da cidade que, no fim, pesou mais que o almoço. “É só uma Uberzinha…”, eu pensava.

Qual o segredo para guardar dinheiro?

Eu sempre tive dificuldade em guardar dinheiro para viagem porque cedia fácil à tentação do instantâneo, do desconto hiperbólico (sim, aquele prazer imediato de gastar agora). Coisa que já expliquei lá no Seu Mestre Financeiro. O truque? Criar um objetivo visual. Quando comecei a colocar o nome da viagem em uma caixinha (literalmente!), ficou mais divertido recusar uma saída cara aqui e ali.

Deixo aqui um passo a passo que adaptei para não desistir no meio do caminho:

  1. Defina um valor total: Some todos os custos estimados da viagem, incluindo imprevistos.
  2. Calcule quanto falta para a data: Veja quantos meses tem até lá.
  3. Divida o valor total pelo tempo disponível: Assim você sabe quanto precisa guardar por mês.
  4. Automatize o processo: Se possível, crie uma transferência automática para uma poupança separada.

Se a conta não fecha, este é o momento de renegociar desejo com realidade. Talvez diminuir a duração ou mudar o destino. “O melhor roteiro é o que cabe no orçamento”, me pego repetindo como mantra.

Como evitar dívidas no pós-viagem?

Eu já voltei de viagem achando que tinha fechado as contas, só para descobrir, um mês depois, que esqueci de considerar compras parceladas. É fácil perder o controle da fatura futura, especialmente ao usar o cartão de crédito. Minha dica é registrar tudo em tempo real, nem que seja anotando no bloco de notas do celular, funciona muito melhor do que confiar na memória.

E por falar em dívidas, dados do IBGE mostram que, apesar de viagens nacionais terem movimentado quase 10 bilhões de reais em 2021, houve queda nos gastos se comparado a 2020. Isso sugere uma tendência de viajantes mais cautelosos (talvez mais atentos ao orçamento), ou quem sabe, mais apreensivos com surpresas desagradáveis.

Família tirando foto em frente a ponto turístico brasileiro

Preciso mesmo de reserva de emergência?

Não quero soar alarmista, mas já tive dor de cabeça quando um imprevisto apareceu em plena viagem. Reserva de emergência faz diferença – seja para uma consulta médica, seja para aquela mala extraviada. Sugiro sempre incluir uns 10% a mais no orçamento, só para garantir o sono em paz. E, se não precisar, ótimo, vira uma graninha extra para aquela sobremesa caprichada no último dia.

Organize tudo em um só lugar

Eu gosto de usar uma planilha (ou até um caderno), onde coloco:

  • O roteiro dia a dia, com estimativa de custos para cada parte
  • Prazos para pagar as reservas
  • Vencimentos e limites do cartão de crédito usados na viagem

Já vi gente criando pastas no celular só para agrupar fotos de comprovantes, reservas, passagens. Organizar é o que salva dos brancos de memória, os meus costumam vir na hora do check-in.

O papel do seguro viagem em um planejamento inteligente

Muita gente acha que é gasto desnecessário, mas só pensa isso até precisar. Fui chamado uma vez para resolver situação de alguém com apendicite fora do país. O seguro pagou hospital e evitou um prejuízo maior do que todo o custo da viagem. Valorize o seguro.

Conclusão: planeje, aproveite e viva o momento

Depois de tanta tentativa, erro e algumas epifanias financeiras madrugada afora, eu realmente acredito que viajar só é gostoso quando os boletos não viajam com você. Planejamento financeiro é o seu passaporte para fazer as escolhas “de cabeça leve”, sem aquele medo de abrir a fatura no mês seguinte. E se quiser transformar a relação com o dinheiro não só para viagem, mas para a vida, convido você a conhecer melhor o Seu Mestre Financeiro. Meu objetivo é que você encontre segurança e leveza, não importa o destino.

Viajar com tranquilidade só acontece quando você se planeja pra pagar a conta no presente, não no futuro.

Perguntas frequentes sobre planejamento financeiro para viagens

Como montar um orçamento para viagens?

Monte uma lista detalhada dos itens que envolvem o roteiro: passagens, hospedagem, alimentação, transporte, ingressos e reserva para emergências. Some os valores, acrescente uma folga de pelo menos 10% e divida pelos meses até a data pretendida. Dessa forma, o orçamento fica claro e você visualiza melhor quanto precisa separar de cada vez.

Quanto guardar por mês para viajar?

Primeiro, calcule o total da viagem com todos os gastos (não esqueça dos pequenos!). Depois, divida esse valor pelo número de meses até a viagem. Assim, você sabe exatamente quanto guardar. Não conseguiu esse valor? Ajuste o roteiro ou incremente o prazo, sem culpa.

Onde encontrar passagens aéreas mais baratas?

A melhor estratégia é pesquisar com antecedência, comparar em dias e horários diferentes, e ficar atento a promoções. Flexibilidade na data também aumenta a chance de bons preços. Veja também se há descontos para determinados cartões ou clubes de fidelidade.

Vale a pena contratar seguro viagem?

Sim, vale muito. O seguro cobre imprevistos médicos, extravio de bagagem e outros problemas que podem causar grandes despesas. Por um valor acessível, ele pode salvar o orçamento e a tranquilidade da viagem, sem dúvida.

Como economizar durante a viagem?

Planeje refeições em restaurantes locais menos turísticos, use transporte público, procure atrações gratuitas e controle gastos diários anotando tudo, nem que seja em um app ou caderninho. Essas pequenas escolhas fazem o orçamento render e ainda enriquecem a experiência.

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SOBRE O AUTOR

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Seu Mestre Financeiro é um blog apaixonado por finanças pessoais, psicologia econômica e educação acessível. Nós escrevemos para desmistificar conceitos financeiros, transformar jargões em conversas cotidianas e ajudar leitores a ressignificarem sua relação com o dinheiro. Sempre buscando unir histórias reais, tendências e um toque de humor, nós acreditamos que aprender sobre finanças pode – e deve – ser leve e relevante para todos os momentos da vida.

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